Saúde
Cartilagem e menisco completo são produzidos na Estação Espacial Internacional
Um menisco de joelho humano bioimpresso em 3D na Estação Espacial Internacional
Menisco e cartilagens artificiais
Pesquisadores demonstraram a viabilidade de construir meniscos artificiais e tecidos de cartilagem do joelho usando uma impressora 3D em ambiente de microgravidade.
Microgravidade é o ambiente no espaço, neste caso a bordo da Estação Espacial Internacional.
É um resultado que mostra o avanço da tecnologia de bioimpressão de tecidos e traz esperanças para o tratamento de lesões musculoesqueléticas.
Tecidos humanos artificiais têm potencial como alternativas a órgãos doados, que são escassos, e a bioimpressão em microgravidade elimina alguns dos maiores problemas para o uso médico da impressão 3D, particularmente a gravidade na superfície da Terra, que faz com que as estruturas biológicas, muito frágeis, colapsem antes que a estrutura inteira esteja pronta.
Embora ainda seja necessário encontrar a melhor forma de trazer a tecnologia para o solo, ou pagar o preço de uma fabricação no espaço, a técnica já está teoricamente disponível para os astronautas em voos espaciais de longo prazo, seja em estações espaciais, na Lua ou em Marte.
A astronauta Peggy Whitson trabalhando em uma pesquisa com células-tronco na Instalação de BioFabricação, a bordo da ISS.
Minicérebros e células-tronco
Mas a produção de cartilagens e de um menisco artificial não foi o único experimento feito na Instalação de BioFabricação, um equipamento a bordo da Estação Espacial Internacional.
Culturas complexas de células do sistema nervoso central, conhecidas como organoides cerebrais, ou minicérebros, foram mantidos vivas e em funcionamento por longos períodos de tempo, além de apresentar um desenvolvimento mais rápido dos neurônios do que nas culturas em terra. Isso promete ajudar os pesquisadores a desenvolver tratamentos para doenças neurodegenerativas e lidar com potenciais efeitos neurológicos adversos dos voos espaciais.
Os experimentos também demonstraram que células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) podem ser processadas em microgravidade usando materiais de cultura de células prontos para uso.
As demonstrações também serviram para validar a equipamento experimental. Usar equipamentos e protocolos de laboratório padrão pode reduzir custos e tornar a pesquisa biomédica baseada no espaço acessível a uma gama mais ampla de cientistas e instituições.