CIÊNCIA & TECNOLOGIA
ROBÔ ‘QUÍMICO’ COM IA É CAPAZ DE PRODUZIR OXIGÊNIO EM MARTE
Com a perspectiva de futuras missões tripuladas a Marte, a produção de oxigênio no Planeta Vermelho torna-se uma prioridade essencial. Nesse cenário, pesquisadores chineses criaram um robô movido por inteligência artificial (IA) para extrair oxigênio da água de Marte. A máquina inteligente utiliza materiais encontrados no planeta para gerar catalisadores que desdobram a molécula da água, resultando na liberação de oxigênio.
Análise detalhada dos elementos marcianos
O trabalho de pesquisa, recentemente divulgado na revista Nature Synthesis, foi liderado por Jun Jiang, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia da China. Jiang e sua equipe utilizaram uma unidade móvel com o tamanho aproximado de uma geladeira e equipada com um braço robótico.
Esse dispositivo foi empregado na análise de cinco meteoritos, originários de Marte ou coletados na Terra, mas que reproduziam as características da superfície marciana. No experimento, o robô “químico” de IA conduziu uma análise minuciosa dos elementos metálicos presentes no Planeta Vermelho, incluindo ferro, níquel, manganês, magnésio, alumínio e cálcio.
Eficiência do uso da IA
O processo de análise do robô “químico” com IA
O experimento empregou ácido e álcali para dissolver e separar o material, seguido pela análise dos compostos resultantes, que serviram como base para uma extensa pesquisa. A IA entrou em cena, calculando mais de 3,7 milhões de possíveis moléculas resultantes da combinação desses elementos.
O sistema de IA sintetizou 243 moléculas, destacando uma específica como o catalisador mais eficaz para a separação de oxigênio e hidrogênio na água. O catalisador identificado pelo robô exibiu notável versatilidade ao operar em condições extremas, suportando temperaturas tão baixas quanto -37 graus Celsius. Essa característica é crucial, considerando o ambiente hostil de Marte.
Processo acelerado de descoberta com IA
Toda a análise ocorreu em um tempo recorde de apenas seis semanas e sem intervenção humana. Esse processo rápido e eficiente contrasta significativamente com métodos tradicionais de tentativa e erro, evidenciando a vantagem da inteligência artificial na aceleração da descoberta científica.