Internacional
Protestos de Agricultores Europeus na Reunião da UE
Por: Roberto Tomé
A sede da União Europeia (UE) em Bruxelas foi fortemente fortificada nesta segunda-feira (26/02), com a instalação de barreiras de concreto e arame farpado em resposta aos contínuos protestos de produtores rurais vindos de diversas regiões europeias. O movimento de agricultores, que tem ganhado força nas últimas semanas, é uma expressão de descontentamento em relação às políticas agrárias da UE e à competição com produtos estrangeiros de custo mais baixo.
Dentro das barreiras, ministros da União Europeia buscavam responder às demandas dos agricultores, reconhecendo as preocupações levantadas. A presidência rotativa da UE, atualmente sob a responsabilidade da Bélgica, destacou que as questões incluem as implicações das políticas ambientais, a diminuição da assistência dos subsídios agrícolas e os efeitos dos ataques russos na oferta de grãos da Ucrânia.
Marc Fesneau, ministro da Agricultura francês, compartilhou com repórteres autorizados que é crucial enviar sinais imediatos aos agricultores, indicando mudanças não apenas a curto prazo, mas também a médio e longo prazo. No último sábado (24/02), o presidente francês Emmanuel Macron enfrentou protestos na abertura da Feira Agrícola de Paris, onde agricultores expressaram descontentamento com o suposto apoio insuficiente.
Charlie McConalogue, ministro da Agricultura irlandês, ressaltou a necessidade de priorizar a redução da burocracia administrativa. Ele afirmou que a União Europeia deve garantir que as políticas sejam “diretas, proporcionais e o mais simples possível para os agricultores implementarem”.
O movimento ganhou ainda mais impulso devido às campanhas eleitorais programadas por toda a Europa entre os dias 6 a 9 de junho de 2024. Como resultado das manifestações, a Comissão Europeia suspendeu uma proposta, no início do mês, que condenava o uso de defensivos agrícolas, respondendo diretamente aos protestos dos agricultores, que representam uma base eleitoral significativa. Espanha, Holanda e Bulgária foram alguns dos países alvo de protestos nas últimas semanas. Esses eventos destacam a crescente importância das questões agrícolas na agenda política europeia.