Internacional
Maduro é candidato a 3º mandato presidencial na Venezuela
Apesar de popularidade em baixa, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, almeja completar 17 anos de mandato. Não está claro contra quem o chavista concorrerá no pleito de julho
O governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) proclamou neste sábado (16/03) o atual presidente, Nicolás Maduro, como seu candidato nas eleições de 28 de julho, em que buscará seu terceiro mandato desde 2013, com o qual totalizaria 17 anos de governo ininterruptos.
O vice-presidente do nacionalista de esquerda PSUV Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, entregou o estandarte da sigla a Maduro, após os discursos de seis apoiadores que cumularam o presidente de elogios.
“Apesar de todas as adversidades, [Maduro] conseguiu manter a paz neste país, fazendo política, derrotando a oligarquia, não uma, mas muitas vezes”, disse Cabello, frisando que mais de 4,2 milhões de correligionários do PSUV apoiaram, em assembleias anteriores, que o atual chefe de Estado tente uma segunda reeleição consecutiva.
Os milhares de apoiadores que se reuniram no Poliedro de Caracas, o maior recinto coberto do país, responderam afirmativamente quando questionados se aprovavam a nomeação de Maduro “como candidato do PSUV e da Revolução Bolivariana” nas eleições de julho.
Cabello enfatizou ainda que Maduro foi homologado por aclamação como candidato presidencial, e que será inscrito perante o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O prazo para apresentação das candidaturas vai de 21 a 25 de março.
Mandato marcado por crise econômica e sanções
Tomando o microfone, depois de agitar a bandeira do PSUV, Maduro agradeceu o apoio e prometeu lutar para vencer nas urnas: “Só existe um destino: a vitória popular. Façam o que fizerem, digam o que disserem, não foram e nunca serão capazes de nos derrotar.”
O mandato presidencial na Venezuela é de seis anos. Agora com 61 anos, o chefe de Estado venezuelano, vai concorrer sem que ainda esteja claro quem serão seus adversários. Ele conquistou sua primeira reeleição em 2018 com 6,2 milhões de votos, num pleito questionado pela comunidade internacional e que nem a União Europeia nem os Estados Unidos reconheceram.
Por parte da oposição majoritária, a ex-deputada María Corina Machado, que venceu as primárias do Vem Venezuela em outubro de 2023, espera concorrer – apesar de a Controladoria-Geral da República tê-la declarado inabilitada para ocupar cargos públicos, o que a impede de registrar sua candidatura no CNE. Em janeiro, três membros de sua equipe de campanha foram presos.
Os 11 anos de gestão autoritária do chavista Nicolás Maduro têm sido marcados por sanções do Ocidente e uma grave crise econômica no país sul-americano, que lhe custaram o apoio popular. A oposição e ativistas dos direitos humanos denunciam torturas e repressão estatal. Segundo dados das Nações Unidas, mais de 7 milhões de habitantes deixaram a Venezuela em 2023, para escapar da pobreza e violência reinantes.