Internacional
Reino Unido acusa China de invasão cibernética
Oliver Dowden, vice-primeiro-ministro do Reino Unido, disse que agentes ligados ao Estado chinês tentaram realizar atividades de reconhecimento em contas de parlamentares e do sitema eleitoral
O vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Oliver Dowden, fez uma declaração na Câmara dos Comuns durante a última segunda-feira (25/03), afirmando que hackers ligados à China foram responsáveis por duas campanhas cibernéticas maliciosas dirigidas à Comissão Eleitoral e parlamentares britânicos.
Oliver Dowden relatou que “agentes associados ao Estado chinês” foram identificados como responsáveis por esses ataques, os quais visaram as instituições democráticas do Reino Unido. Ele destacou que os aliados do Reino Unido, incluindo os Estados Unidos, também planejam emitir declarações semelhantes para expor tais atividades e responsabilizar a China.
Os ataques, conforme descritos por Dowden, foram direcionados à Comissão Eleitoral em agosto de 2021, quando hackers chineses conseguiram acessar os sistemas de e-mails e arquivamento da comissão. Dowden assegurou que esses ataques não comprometeram a integridade das eleições, mas podem se tornar vulneráveis no futuro.
Além disso, Dowden mencionou que o Centro de Segurança Cibernética Nacional do Reino Unido concluiu que agentes ligados ao Estado chinês, conhecidos como APT31, tentaram realizar atividades de reconhecimento contra contas parlamentares britânicas durante uma campanha separada em 2021.
O vice-primeiro-ministro britânico anunciou que o país convocará o embaixador chinês para prestar esclarecimentos sobre essas ações. Ele enfatizou que denunciar tais comportamentos faz parte da defesa nacional do Reino Unido.
Dowden também citou outras questões de preocupação em relação à China, incluindo questões de direitos humanos em Xinjiang, a supressão de vozes dissidentes em Hong Kong e relatos de comportamento agressivo no Mar do Sul.
David Cameron, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, expressou sua indignação, classificando como “completamente inaceitável” que organizações e indivíduos associados ao Estado chinês tenham como alvo instituições democráticas britânicas. Ele afirmou ter levantado a questão diretamente com o ministro chinês das Relações Exteriores e destacou sanções aplicadas a indivíduos e entidades ligadas à China em resposta a essas atividades.