Internacional
Operações do Hamas em Gaza colocam em risco conquistas humanitárias
Ordens de evacuação podem colocar a perder reabilitação de poço de água que está atualmente abastecendo 100 mil pessoas; famílias deslocadas seguem sem ter para onde ir; agência da ONU homenageia 207 funcionários mortos na guerra; profissionais levam os filhos ao trabalho por medo de deixá-los sozinhos em casa
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, informou nesta segunda-feira que diversas famílias foram forçadas a fugir da área de Al Maghazi na Faixa de Gaza. O deslocamento ocorreu depois que as autoridades israelenses emitiram novas ordens de evacuação.
A agência alerta que milhares de pessoas em Gaza continuam enfrentando deslocamentos constantes sem ter nenhum lugar seguro para ir e com falta de espaços para se abrigar.
Poço de água reabilitado
A porta-voz da Unrwa, Louise Wateridge, disse que é muito difícil dar uma resposta humanitária a estes deslocamentos forçados, com os bombardeios e ataques contínuos que impedem a movimentação.
Ela ressaltou que recentemente a Unrwa conseguiu reabilitar um poço de água, beneficiando assim 100 mil pessoas na área de Khan Yunis, mesmo “em meio a tantos escombros e deslocados”.
No entanto, Louise Wateridge afirmou que agora “há tanques nesta área e as pessoas estão voltando a fugir”. Segundo ela, se a fonte for destruída será uma enorme frustração e um grande transtorno para a resposta humanitária, mas as equipes vão se recompor, consertar de novo e “não vão desistir”.
Homenagem a colegas mortos
A representante da agência declarou que seus colegas continuarão fazendo tudo o que puderem até que chegue um cessar-fogo. De acordo com ela, “até que haja algum descanso para a população, eles continuarão servindo a comunidade.”
Neste Dia Mundial Humanitário, a Unrwa lembrou que 207 de seus funcionários foram mortos em Gaza desde o início da guerra, inclusive durante o cumprimento do seu trabalho humanitário. Eles eram engenheiros, professores, profissionais médicos, dentre outros.
A porta-voz da agência relatou que as equipes da Unrwa têm levado os filhos para o trabalho porque não tem coragem de deixá-los em casa. Segundo ela, seus colegas dizem que preferem morrer juntos de suas famílias do que morrer separadamente.