Saúde
Mundo teve mais de 10,3 milhões de infecções por sarampo em 2023
OMS revela que crianças com menos de cinco anos foram as mais atingidas pela doença; 22 milhões de menores receberam a primeira dose, que em nível global chegou a 83% da população alvo
Cerca de 107.500 pessoas morreram devido ao sarampo no ano passado. No total, o número de casos confirmados chegou a 10,3 milhões, correspondendo a um aumento de 20% em relação a 2022.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que as crianças com menos de cinco anos foram as mais atingidas pela doença, causada por um vírus altamente infeccioso.
Crianças e adultos
Entre os sintomas mais comuns estão a erupção cutânea irregular que começa na face e se espalha para o resto do corpo, muitas vezes causando manchas maiores.
As complicações que podem ser fatais incluem pneumonia ou uma inflamação no cérebro. Outros efeitos envolvem surdez, deficiência intelectual prolongada e complicações na gravidez.
Pelos parâmetros da OMS, um pequeno surto envolve três ou mais casos relacionados. Na fase mais preocupante registra-se 20 ou mais casos por cada milhão de pessoas num ano.
O sarampo pode ser evitado com duas doses de vacina. A OMS estima que mais de 22 milhões de crianças receberam o imunizante inicial, que em nível global chegou a 83%. Apenas 74% receberam a segunda dose recomendada.
Vacina contra sarampo
Imunização de todas as pessoas
A agência determinou que deve haver uma cobertura de 95% ou mais de duas doses de vacina contra o sarampo em cada país e comunidade para prevenir surtos e proteger as populações do vírus considerado um dos mais contagiosos do mundo.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que a vacina contra o sarampo salvou mais vidas do que qualquer outra vacina nos últimos 50 anos. Para proteger ainda mais gente e evitar que o vírus afete os mais vulneráveis, a recomendação é “investir na imunização de todas as pessoas, independentemente de onde vivam.”
Devido a falhas na cobertura vacinal, um total de 57 países teve surtos grandes ou mais preocupantes em todas as regiões, exceto nas Américas. O aumento foi de quase 60% em relação ao total de 36 países confirmados no ano anterior.
Nas regiões da África, do Mediterrâneo Oriental, da Europa, do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental da OMS o aumento de casos foi substancial. Quase metade de todos os grandes surtos ocorreu na região africana.
Bebês e crianças pequenas correm maior risco de complicações graves da doença, que incluem cegueira, pneumonia e encefalite.
Agenda de Imunização 2030
A OMS fala de ameaças causadas pela alta de surtos ao objetivo de eliminação, tal como foi estabelecido na Agenda de Imunização 2030. Em todo o mundo, até 82 países alcançaram ou mantiveram o status de eliminação do sarampo em 2023.
Nesta semana, o Brasil foi confirmado como novo integrante da lista, tornando as Américas novamente livres da doença endêmica. Com exceção da África, pelo menos um país em todas as regiões da OMS extinguiu a doença.
Para a vacinação completa com duas doses, a agência recomenda que esforços urgentes e direcionados de países e parceiros na África e no Mediterrâneo Oriental, e em ambientes considerados mais vulneráveis ou afetados por conflitos.
Para a OMS, essa medida depende de programas de vacinação de rotina de alta performance, da realização de campanhas de alta qualidade e da melhora da cobertura no caso de programas insuficientes para proteger todas as crianças.