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Cientistas da NASA chocam o mundo ao revelar base secreta dos EUA emergindo do gelo na Groenlândia: resíduos nucleares, riscos ambientais e segredos da Guerra Fria expostos pelas mudanças climáticas
Mudanças climáticas revelam segredos da Guerra Fria! A base Camp Century dos EUA emerge do gelo da Groenlândia, volta à tona com resíduos nucleares e riscos ambientais alarmantes
Construída nos anos 1950, no auge da tensão entre os EUA e a União Soviética, a instalação localizada no extremo norte da Groenlândia foi inicialmente apresentada como uma estação de pesquisa científica. No entanto, décadas depois, descobriu-se que a base tinha um propósito militar estratégico, alimentado pelo primeiro reator nuclear móvel do mundo. Com o derretimento do gelo na Groenlândia, cientistas da NASA, utilizando tecnologia de radar avançada, identificaram a estrutura enterrada, revelando um segredo chocante da Guerra Fria: uma base secreta dos EUA que começa a emergir trazendo consigo resíduos nucleares e riscos ambientais alarmantes. Camp Century, projetada para funcionar como uma base de lançamento de mísseis nucleares em meio à tensão com a União Soviética, agora ameaça o ecossistema ártico e expõe o impacto das mudanças climáticas sobre legados históricos e militares.
Camp Century foi erguido a cerca de 100 quilômetros da borda da calota polar, estrategicamente localizada para operar em condições extremas. A base foi alimentada por um reator nuclear móvel inovador, projetado para sustentar suas operações em um ambiente hostil. Além disso, foi construída com uma rede complexa de túneis subterrâneos destinados a abrigar armamentos nucleares.
Recentemente, cientistas da NASA têm colaborado em estudos sobre o impacto do derretimento do gelo nessa área, utilizando tecnologias avançadas de radar e satélite para monitorar a movimentação da calota polar e a exposição progressiva da base.
Cientistas da NASA revelam segredos ocultos sob o gelo da Groenlândia
Problemas de engenharia e objeções políticas da Dinamarca – que governava a Groenlândia na época – levaram ao fechamento da base em 1966. Décadas depois, cientistas da NASA, utilizando tecnologia de radar avançada, identificaram a base ainda enterrada sob o gelo. Essa descoberta trouxe à tona não apenas sua existência, mas também os riscos ambientais e as implicações históricas. Os militares norte-americanos acreditavam que a instalação seria naturalmente sepultada pelo gelo, tornando-se um segredo eterno, mas o avanço das mudanças climáticas mudou esse cenário.
Aquecimento global expõe Camp Century e revela resíduos tóxicos e sucata militar enterrados no gelo
O aquecimento global vem derretendo as camadas de gelo a um ritmo sem precedentes. Dados do Instituto Meteorológico Dinamarquês revelam que a camada de gelo da Groenlândia diminuiu mais no último mês do que em um ano inteiro, em comparação com a média desde 2002. Cientistas do Serviço Geológico da Dinamarca e Groenlândia (GEUS) confirmaram que a base, ainda enterrada a uma profundidade de 50 metros, está lentamente emergindo, trazendo consigo cerca de 9,2 mil toneladas de sucata e resíduos tóxicos.
Riscos ambientais e a herança da guerra fria
O que torna essa descoberta ainda mais preocupante são os riscos ambientais associados à base. Além de resíduos químicos e óleos industriais, o reator nuclear utilizado no Camp Century pode ter deixado vestígios radioativos. Esses resíduos, que estavam originalmente destinados a permanecer enterrados, agora representam uma ameaça significativa ao ecossistema da região. Cientistas alertam que, se o derretimento continuar, os materiais podem eventualmente alcançar o oceano, criando um desastre ambiental de proporções globais.
EUA e Dinamarca enfrentam disputa sobre limpeza e impactos ambientais da base secreta na Groenlândia
A questão sobre quem será responsável pela limpeza do local permanece sem resposta. O acordo original entre os EUA e a Dinamarca, que permitiu a construção da base, excluiu o povo da Groenlândia de qualquer decisão. O governo dinamarquês já indicou que espera que tanto os EUA quanto a Groenlândia assumam a responsabilidade pela mitigação dos riscos. No entanto, a incerteza política e as implicações financeiras tornam essa resolução complexa.
Especialistas em mudanças climáticas, como o glaciologista dinamarquês Anders Kelson, destacam que o caso do Camp Century é um exemplo claro de como a herança da Guerra Fria pode se transformar em uma disputa política no século XXI. Embora a base ainda esteja a anos de atingir a borda da calota polar, o monitoramento contínuo é crucial para avaliar os danos potenciais.
EUA enfrentam desafios climáticos com bases militares em risco global
Os governos da Dinamarca e da Groenlândia iniciaram programas de monitoramento climático em 2017 para rastrear a movimentação da base. Estudos recentes confirmam que a estrutura está lentamente se movendo, embora o afundamento em camadas de gelo mais densas possa retardar sua emergência completa.
A situação expõe os riscos ambientais e ressalta a vulnerabilidade de instalações militares em áreas sensíveis às mudanças climáticas. O Pentágono já reconheceu que centenas de bases americanas em todo o mundo estão potencialmente ameaçadas por essas mudanças, mas ainda não está claro quantas delas enfrentam problemas similares ao Camp Century.