Internacional
Reino Unido começa a aplicar a vacina de Oxford
Aposta do governo brasileiro, imunizante é o segundo a ser utilizado pelos britânicos, que começaram campanha em dezembro
O Reino Unido deu nesta segunda-feira (04/01) mais um passo significativo na batalha contra a covid-19, se tornando o primeiro país no mundo a aplicar a vacina criada pela Universidade de Oxford em parceria com a gigante farmacêutica AstraZeneca.
O paciente de diálise Brian Pinker, de 82 anos, foi o primeiro a receber o inoculante, no Hospital da Universidade de Oxford, localizado a poucas centenas de metros de onde o produto foi desenvolvido. Pinker, que é de Oxford, se disse orgulhoso de receber o imunizante criado na mesma cidade onde ele nasceu, localizada 82 quilômetros a norte de Londres. Pinker afirmou ter agora esperança de poder comemorar com sua mulher ainda neste ano o aniversário de 48 anos de casamento.
O inoculante da parceria Oxford-AstraZeneca foi aprovado na quarta-feira pelas autoridades de saúde britânicas. Ele é tido como uma alternativa mais acessível, por ser mais barato e fácil de distribuir, pelo fato de não precisar ser transportado a baixíssimas temperaturas, como é o caso do produto da parceria do laboratório alemão Biontech com a americana Pfizer e do imunizante desenvolvido pela americana Moderna.
Principal aposta do Brasil
A vacina de Oxford é a principal aposta do governo brasileiro para enfrentar a pandemia no Brasil e deve possibilitar que países menos desenvolvidos tenham um maior acesso a um imunizante contra a covid-19. A Índia também aprovou o inoculante neste sábado.
Neste fim de semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, autorizou a importação de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca. A aplicação do imunizante ainda não está autorizada no país. No entanto, a Anvisa liberou a importação para antecipar a disponibilização quando o registro ou uso emergencial for aprovado.
Segundo o governo britânico, 530 mil doses da vacina da AstraZeneca estarão disponíveis num primeiro momento. No total, o Reino Unido encomendou 100 milhões de doses à farmacêutica.
O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a iniciar a imunização em massa, no dia 8 de dezembro. Mais de um milhão de doses da vacina produzida pela parceria Pfizer-Biontech já foram aplicadas no país.
Início restrito
A vacina Oxford-AstraZeneca deve ser administrada em um pequeno número de hospitais nos primeiros dias para que as autoridades possam agir em caso do aparecimento de reações adversas. Mas centenas de novos locais de vacinação devem ser abertos nesta semana, juntando-se aos mais de 700 já em funcionamento, segundo as autoridades sanitárias britânicas.
Em uma mudança de tática em relação a outros países, como EUA e nações europeias, o Reino Unido planeja aplicar uma segunda dose de ambas as vacinas dentro de 12 semanas após a
primeira injeção em vez de 21 dias, para acelerar as imunizações através do maior número de pessoas a receberem a primeira dose o mais rápido possível.
O Reino Unido está em meio a um surto agudo, registrando mais de 50 mil novas infecções por coronavírus por dia nos últimos seis dias. No domingo, o país registrou outros 54.990 casos e 454 mortes relacionadas ao vírus, elevando para 75.024 o total nacional de mortes relacionadas com a covid-19.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou ser provável que nas próximas semanas seja necessário um acirramento das restrições no Reino Unido, já que o país sofre com uma variante do coronavírus que elevou as taxas de infecção aos níveis mais altos já registrados.
Mais de 85 milhões de casos
A covid-19 já infectou mais de 85 milhões de pessoas e provocou mais de 1,8 milhão de mortes no mundo, segundo dados da universidade Johns Hopkins.
Somente nos três primeiros dias do ano, já foram registradas mais de 1 milhão e 600 mil novas infecções. Os Estados Unidos são o país mais afetado, com mais de 20 milhões de casos, seguido de Índia, Brasil, Rússia e França. Os Estados Unidos também são o país com o maior número de mortes, com mais de 351 mil óbitos. O Brasil vem em segundo lugar, com mais de 196 mil mortes, seguido de Índia, México e Itália.