Internacional
Pompeo acusa Irã de se tornar base da Al Qaeda
A poucos dias do fim do governo Trump, secretário de Estado dos EUA rotula país de “novo Afeganistão”, por supostamente acolher terroristas. Teerã diz que americano encerra “carreira desastrosa” com “mentiras bélicas”
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, lançou nesta terça-feira (12/01) graves acusações contra o Irã, ao acusar a República Islâmica de acolher o grupo extremista Al Qaeda.
Pompeo, que tem apenas oito dias restantes no cargo mais alto da diplomacia americana, afirmou, sem apresentar provas concretas, que a Al Qaeda estabeleceu uma nova base no país, que se tornou um porto seguro para as lideranças da organização.
O secretário já havia alertado anteriormente para a presença de militantes extremistas da organização, apesar do ceticismo da comunidade de inteligência do país e de membros do Congresso.
“Teerã fornece um santuário das principais lideranças do grupo, enquanto eles planejam ataque a América e nossos aliados”, afirmou o secretário em conferência de imprensa em Washington. Ele afirmou ainda que o Irã é o “novo Afeganistão”. O secretário chegou a afirmar que alguns dos terroristas que realizaram o ataque de 11 de setembro de 2001 nos EUA, haviam passado pelo Irã.
Pompeo, pela primeira vez, confirmou que o líder da organização, Abu Muhammad al-Masri, acusado de estar por trás de ataques a bomba a duas embaixadas americanas na África, foi assassinado no Irã no dia 7 de agosto do ano passado.
Em novembro, uma reportagem do jornal New York Times afirmava que Al-Masri havia sido morto por gentes de Israel no território iraniano. Na época, Teerã negou a afirmação e assegurou que não havia terroristas no país.
Fim “patético” de “carreira desastrosa”
“A presença de Al-Masri no Irã aponta para o motivo pelo qual estamos aqui hoje […] a Al Qaeda tem um novo lar: a República Islâmica do Irã”, afirmou Pompeo. O secretário anunciou ainda a imposição de novas sanções contra os líderes do grupo extremistas supostamente localizados em solo iraniano, além de três lideranças dos batalhões curdos da Al Qaeda.
O americano anunciou ainda uma recompensa de 7 milhões de dólares por nformacoes que levem à localozacao ou identificação do líder da organização Muhannad Abbatay, também conhecido como Abd al-Rahman al-Maghrebi.
O ministro iraniano do Exterior, Mohammad Javad Zarif, desprezou as afirmações de Pompeo. “Com ‘revelações’ fictícias sobre o Irã e alegações sobre a Al Qaeda, [Pompeo] encerra pateticamente sua desastrosa carreira, com ainda mais mentiras belicistas”, escreveu em seu perfil no Twitter.
“Ninguém será enganado. Todos os terroristas do [ataque de] 11 de setembro [de 2001] vieram do destino favorito de Pompeo, a Arábia Saudita. Nenhum deles, do Irã”, afirmou.