Saúde
Médicos nem sempre reconhecem efeitos colaterais da radioterapia nos pacientes
“Reconhecer os efeitos colaterais é fundamental para os médicos fornecerem cuidados de suporte para ajudar os pacientes a controlar seus sintomas,” disse a Dra Jagsi.
Reconhecimento dos efeitos colaterais
Os médicos não reconhecem os efeitos colaterais da radioterapia em mais da metade das pacientes com câncer de mama que relataram sintomas significativos.
A descoberta foi feita por Reshma Jagsi e seus colegas da Universidade de Michigan (EUA), que compararam relatórios de 9.941 pacientes de clínicas em todo o estado de Michigan que receberam radioterapia após uma mastectomia.
As pacientes preencheram questionários relatando sintomas para quatro efeitos colaterais comuns e já reconhecidos durante o tratamento de radiação: Dor, coceira na pele, inchaço e fadiga.
Ao mesmo tempo, os médicos avaliaram os sintomas usando uma ferramenta padronizada chamada Critérios Comuns de Toxicidade para Eventos Adversos.
Os pesquisadores então compararam esses dois conjuntos de relatos de sintomas e encontraram ocorrências nas quais os médicos não relataram nenhum problema, embora as pacientes tivessem relatado preocupações substanciais. Este sub-reconhecimento ocorreu em 31% das pacientes que relataram dor, 37% das pacientes com coceira na pele, 51% das pacientes com inchaço e 19% das pacientes com fadiga.
“Os médicos às vezes não percebem quando seus pacientes apresentam sintomas substanciais. Reconhecer os efeitos colaterais é fundamental para os médicos fornecerem cuidados de suporte para ajudar os pacientes a controlar seus sintomas,” disse Jagsi.
Jovens e negras
O estudo mostrou que a maior probabilidade de que os médicos não reconhecessem os efeitos colaterais ocorreu em pacientes mais jovens e em pacientes negras, sugerindo que melhores métodos para detectar sintomas nessas pacientes poderia ajudar a reduzir as disparidades nas experiências e nos resultados do tratamento para as pacientes.
“Se os médicos são menos propensos a perceber os sintomas que as pacientes negras estão experimentando, isso pode ajudar a explicar por que seus sintomas se tornam tão graves e também pode nos guiar em direção a intervenções para reduzir as disparidades baseadas na raça nas experiências de tratamento do câncer,” concluiu Jagsi.