Internacional
Putin rejeita denúncia de Navalny e nega ser dono de palácio
Em documentário já visto por milhões, líder oposicionista russo afirma que presidente é proprietário, por intermédio de laranjas, de suntuoso palácio na costa do Mar Negro
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, negou nesta segunda-feira (25/01) ser o proprietário de um suntuoso palácio na costa do Mar Negro, como denunciou o líder opositor Alexei Navalny em documentário.
“Nada do que ali se mostra como propriedade minha me pertence ou a algum familiar meu próximo e jamais me pertenceu”, afirmou o líder russo numa videoconferência com estudantes, ao comentar uma reportagem em vídeo feita por Navalny.
Putin disse que não assistiu ao documentário inteiro por “falta de tempo”, mas viu trechos escolhidos por seus assessores.
Na semana passada, Navalny publicou um documentário no YouTube no qual denuncia a maior trama de corrupção da história da Rússia. Nele, o opositor mostra um palácio na costa do Mar Negro que valeria mais de 1 bilhão de dólares e que teria sido dado a Putin pela “elite corrupta da Rússia”.
Navalny afirma que o palácio é de Putin, mas está em nome de laranjas. O documentário já foi visualizado mais de 85 milhões de vezes.
O palácio, de 17 mil metros quadrados, está rodeado por um terreno de 7 mil hectares pertencente ao serviço secreto russo FSB, a antiga KGB, e que forma uma espécie de perímetro de contenção para evitar visitas indesejadas.
Navalny afirmou que o documentário provocou a ira de Putin. O opositor convocou protestos antigoverno, que no sábado reuniram milhares de pessoas em toda a Rússia e foram reprimidos pela polícia, com mais de 3 mil detenções.
Os atos ocorreram não apenas em Moscou e São Petersburgo, mas também em cidades de menor porte, como Novosibirsk, Nizhny Novgorod, Voronezh, Kazan e Jabarovsk.
Navalny foi detido ao retornar à Rússia, em 17 de janeiro, depois de cinco meses na Alemanha, onde se recuperou de um envenenamento. Ele é acusado de violar as regras de liberdade condicional de uma condenação de 2014, fruto de um processo considerado politicamente motivado e declarado ilícito pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
Navalny deve permanecer em prisão preventiva até pelo menos 15 de fevereiro. Vários instituições internacionais e países, inclusive a União Europeia, já apelaram à libertação imediata do opositor russo.