ECONOMIA
Guedes quer que Câmara aprove projeto do gás sem mudança
Hoje, compensa mais para as empresas importar, pois há excesso de oferta mundial no setor.
Hoje, compensa mais para as empresas importar, pois há excesso de oferta mundial no setor.
O ministro Paulo Guedes (Economia) deseja que a Câmara aprove o projeto da Lei do Gás tal como está. Desde a semana passada, o projeto tramita em regime de urgência. O texto acaba com o monopólio das distribuidoras de gás nos Estados. A iniciativa privada terá de se virar para construir infraestrutura de transporte.
O Brasil tem infraestrutura de gasodutos menor até mesmo do que a da Argentina, e muito inferior à da Europa e dos Estados Unidos. Para especialistas do setor, só seria possível ampliar de forma significativa a rede com subsídios ou investimento direto do governo.
Mas Guedes acha que construir gasodutos é uma “coisa do passado”. Hoje, o Brasil importa gás liquefeito e reinjeta 45% do gás que extrai nos poços do pré-sal. Para o ministro, a saída é muito clara e está à disposição: “O que as pessoas não têm percebido é que temos ferrovias levando a produção agrícola para os portos. Esses trens vão cheios para o porto e voltam vazios. A forma mais barata de interiorizar o gás natural liquefeito é nesses trens quando voltam para o local de origem”.
Se funcionar o transporte ferroviário, há ainda 1 detalhe a ser revolvido na equação do ministro: o GNL será importado (como tem sido, pois é economicamente pouco atrativo para as petroleiras usarem o insumo nacional) ou haverá algum incentivo para trazer o gás do pré-sal para a costa? Guedes responde: “Aí o mercado decide o que é mais rentável”. Hoje, compensa mais para as empresas importar, pois há excesso de oferta mundial no setor.
O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, defendeu o projeto em seu perfil no Twitter. Disse que serão R$ 630 bilhões de investimentos e 4,3 milhões de empregos criados, mas não esclareceu como chegou a esses números.
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