Internacional
Holanda tem novos protestos violentos contra toque de recolher
Polícia volta a agir contra manifestantes, que atacaram e saquearam estabelecimentos comerciais em várias cidades do país. Mais de 150 são detidos. Toque de recolher está em vigor desde sábado, das 21h às 4h30
A Holanda teve uma segunda noite de protestos nesta segunda-feira (25/01) contra um toque de recolher imposto no fim de semana pelo governo para lutar contra a pandemia do novo coronavírus. Em todo o país, a polícia prendeu cerca de 150 pessoas.
A polícia de choque e manifestantes, a maioria deles jovens, se enfrentaram em cerca de dez cidades, entre elas Roterdã, Amsterdã, Amersfoort, Haia, Haarlem e ‘s-Hertogenbosch, e a pequena cidade de Geleen, perto de Maastricht, no sul do país.
Os protestos foram especialmente violentos em Roterdã, onde a polícia usou jatos de água para dispersar os manifestantes. O prefeito da cidade publicou um decreto de emergência que amplia os poderes da polícia para prender pessoas.
Uma moto foi incendiada diante de uma lanchonete, que foi atacada, em Roterdã
Em Amsterdã, o prefeito afirmou que várias lojas foram saqueadas e depredadas e chamou os manifestantes de “ladrões desavergonhados”.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram um grupo de manifestantes saqueando um estabelecimento comercial em ‘s-Hertogenbosch e um jornalista sendo agredido por manifestantes que o perseguiam em Haarlem.
Na primeira noite de protestos, neste domingo, a polícia prendeu mais de 200 pessoas.
Os protestos foram convocados nas redes sociais e criticados pelo governo. “Isso não tem nada a ver com protestar, isso é violência criminosa, e é assim que será tratado por nós”, declarou o primeiro-ministro Mark Rutte.
Primeiro toque de recolher desde a Segunda Guerra
A Holanda iniciou no sábado seu primeiro toque de recolher desde a Segunda Guerra Mundial, em vigor todos os dias, das 21h às 4h30. A medida, que vai até 9 de fevereiro, tenta conter o avanço de novas variantes do coronavírus mais contagiosas e foi recebida com críticas por alguns deputados da oposição, entre eles o líder da extrema direita, Geert Wilders. A multa para os infratores é de 95 euros.
No domingo anterior, Amsterdã havia sido palco de um protesto não autorizado de negacionistas contra as medidas de lockdown para conter o avanço da covid-19, que acabou em confrontos entre manifestantes e policiais.