Internacional
Relatório da ONU pede reforma urgente no policiamento de protestos na Colômbia
Repressão a manifestações, iniciadas em abril, levaram à perda de vidas; colombianos saíram às ruas para criticar desigualdades sociais e econômicas agravadas pela pandemia da Covid-19
Entre 28 de abril e 31 de julho, deste ano, o Escritório de Direitos Humanos na Colômbia recebeu 63 alegações de casos de mortes causadas por protestos contra o governo.
Até o momento, a entidade verificou 46 óbitos, incluindo os de dois policiais. Os dados indicam que 76% das vítimas morreram baleadas.Pessoas protestam nas ruas de Bogotá, Colômbia, em abril de 2021
Greve nacional
Num relatório sobre os casos, o Escritório de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, pediu reformas urgentes sobre a forma como a Colômbia patrulha os protestos no país.
O documento lista alegações de direitos humanos geradas por manifestações em abril, quando foi organizada uma greve nacional contra a deterioração da situação socioeconômica.
As marchas duraram várias semanas e foram reprimidas com força policial.
O Escritório de Direitos Humanos afirma que há indícios confiáveis nas análises de que agentes da polícia teriam sido responsáveis por 28 mortes. Pelo menos 10 teriam tido envolvimento direto no Pelotão Móvel Contra Protesto da Polícia Nacional.Bogotá, capital da Colômbia
Precaução
Atores não-estatais podem ter matado outras 10 pessoas. Há informações insuficientes sobre a origem de oito assassinatos.
Segundo o relatório foi usada força desproporcional contra manifestantes pacíficos. Muitos foram atacados e baleados sem que as forças de segurança interviessem
O documento pede que os agentes da lei se guiem por princípios de legalidade, precaução, e não discriminação ao patrulharem protestos.
O Escritório da ONU pediu a abertura de uma investigação independente e transparente. Além dos assassinatos, o relatório inclui 60 casos de violência sexual, alegadamente cometida por agentes policiais. Deste total, 16 foram verificadas pelo Escritório.