Internacional
Escalada militar no Iêmen mina perspectivas de acordo político, afirma enviado
Hans Grundberg é o representante da ONU no país; ele faz um apelo às partes para o fim da violência; chefe da Unesco e alta comissária para os Direitos Humanos pedem libertação de dois funcionários detidos na nação árabe
O enviado especial do secretário-geral da ONU para o Iêmen está denunciando a recente escalada militar no país e pedindo aos lados envolvidos para acabarem com a tensão.
Segundo Hans Grundberg, a situação está minando as perspectivas para se alcançar um acordo político sustentável no país e acabar de vez com o conflito.
Vários civis mortos em ataques
Hans Grundberg é enviado especial da ONU para o Iêmen.
O representante das Nações Unidas ressalta também que as violações das leis humanitária internacional e de direitos humanos não podem continuar com impunidade.
Nesta terça-feira, Grundberg declarou que “a escalada das últimas semanas está entre as piores já vistas no Iêmen em anos, ameaçando ainda mais as vidas dos civis. Ataques aéreos em Sanaa já causaram mortes e destruição em áreas residenciais”.
O enviado da ONU menciona também as ofensivas em Maribi, sendo que os ataques com mísseis já mataram civis e causaram deslocamento em massa de pessoas. Ele também está preocupado com os ataques contra a Arábia Saudita, que resultaram em mortes e em danos à infraestrutura.
Funcionários detidos
Mais de 16 milhões de pessoas, ou metade da população do Iêmen, passam fome aguda
Grundberg lembra que os lados têm a obrigação de preservar as infraestruturas civis e destaca que esses ataques são uma violação da lei humanitária internacional e devem parar imediatamente.
Ele lamenta que 2021 esteja terminando de “forma trágica para os iemenitas”, com milhões de pessoas enfrentando pobreza, fome e restrições à liberdade de movimento.
Grundberg pede a reabertura do aeroporto de Sana e a retirada de qualquer obstáculo à possibilidade das pessoas circularem entre as várias regiões do país.
Base legal
Também nesta terça-feira, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Audrey Azoulay, e a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressaram preocupação com a situação de dois funcionários presos no Iêmen em novembro.
A ONU não conseguiu ainda nenhum contato com os detidos, que estão sob custódia, apesar de não haver base legal para a detenção deles.
Segundo as representantes, os líderes do movimento Houthi teriam prometido a libertação imediata dos dois, o que não aconteceu.
A Unesco e a alta comissária para os Direitos Humanos lembra que seus funcionários têm privilégios e imunidade de acordo com a lei internacional, e pedem a libertação sem mais demoras.