Internacional
África lidera o número de missionários mortos em 2021
Está a aumentar o número de leigos, muitos deles catequistas, que perderam a vida em consequência da sua missão evangelizadora
Ocontinente africano teve metade do número total de missionários mortos ao longo do ano que agora termina. Sete sacerdotes, duas religiosas e dois leigos perderam a vida de forma violenta em África, enquanto a América contabilizou sete missionários e a Ásia três.
Segundo os dados da Agência Fides, desde o ano 2000 que foram já assassinados, em todo o planeta, 536 elementos da Igreja. Vítimas de terrorismo, de sequestro, ou de actos criminosos, todos eles deram a vida em nome da Igreja, normalmente em ambientes de pobreza, de violência e de ódio.
Estes dados permitem concluir também que está a aumentar o número de leigos, muitos deles catequistas, que perderam a vida em consequência da sua missão evangelizadora junto da comunidade.
Assassinato
Ainda recentemente, a Fundação AIS deu a notícia do assassinato bárbaro de um catequisa e animador da palavra rem Cabo Delgado, Moçambique.
O crime, da responsabilidade dos terroristas que têm vindo a lançar uma campanha de medo e morte naquela região desde o final de 2017, ocorreu no passado dia 15 de Dezembro.
O catequista, identificado como Matias Bustam, estava a deslocar-se para a machamba – terreno usado para a agricultura –, na companhia da mulher e filhos, quando foi surpreendido pelos “insurgentes”, como os terroristas são conhecidos localmente, tendo sido assassinado de “forma cruel”.
Ataque
Uma fonte da Igreja Católica, que pediu para não ser identificada, confirmou o ataque à Fundação AIS explicando que o catequista teria sido “abordado por um grupo não especificado de insurgentes” que o “degolaram”.
Todos estes casos evidenciam a importância da defesa da liberdade religiosa, como um direito fundamental. Numa mensagem de balanço do ano que agora termina, o presidente executivo internacional da Fundação AIS recordou, já esta semana, o exemplo de “padres religiosos e leigos que estão a ser mortos, raptados ou abusados enquanto cumprem a sua missão”.
Como sublinhou Thomas Heine-Geldern, “embora a violência afecte a todos, os cristãos são os mais atingidos”. “É profundamente lamentável que, em muitas áreas, o terrorismo e a violência estejam a impedir a Igreja de realizar o seu trabalho pastoral e social.”
O responsável da Fundação AIS lembrou ainda as vítimas da pandemia do coronavírus, também eles verdadeiros heróis que “sacrificaram as suas vidas para estarem próximos das pessoas que tinham sido confiadas aos seus cuidados – apesar dos perigos para a sua própria saúde”. “Um notável testemunho de dedicação”, concluiu.