Internacional
Ataques russos deixam 4,5 milhões sem energia na Ucrânia
Cerca de 10% da população ucraniana ficou no escuro devido a bombardeios. Presidente Zelenski acusa Moscou de promover “terror energético” e volta a pedir economia de eletricidade
Os ataques russos à infraestrutura civil da Ucrânia deixaram nesta quinta-feira (03/11) cerca de 4,5 milhões de ucranianos sem energia – o equivalente a 10% da população do país antes do início da guerra – , afirmou o presidente Volodimir Zelenski, acrescentando que a falta de eletricidade ocorreu em Kiev e em outras dez regiões.
Zelenski pediu ainda que as autoridades locais economizem energia, desligando letreiros, vitrines e placas. “Se alguém fica sem eletricidade por oito ou dez horas, e tudo está ligado, incluindo a iluminação pública do outro lado da rua, é definitivamente injusto”, ressaltou.
Segundo o chefe de Estado ucraniano, a Rússia está usando “terror energético” e atacando instalações elétricas do país porque não pode derrotar a Ucrânia no campo de batalha.
“Que a Rússia tenha recorrido ao terror contra a indústria energética mostra a fraqueza do inimigo. Não podem derrotar a Ucrânia no campo de batalha, e é por isso que estão tentando quebrar nosso povo dessa maneira”, declarou o presidente ucraniano em seu habitual discurso noturno.
Mencionando que os ataques russos às instalações energéticas do país “não param um único dia” e terão que receber “uma poderosa resposta global”, Zelenski frisou que o desafio de suportar o “terror energético russo” é agora a “tarefa nacional” de todos os ucranianos,
Com a aproximação do inverno, há semanas, a Rússia vem focando os bombardeios na Ucrânia em alvos civis, numa aparente tentativa de deixar a população no escuro e no frio nos próximos meses. Os ataques já destruíram cerca de um terço das estações de energia do país, e o governo ucraniano vem pedindo que a população economize eletricidade ao máximo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já obrigou mais de 13 milhões de ucranianos a deixarem suas casas. Destes, mais de 7,7 milhões buscaram segurança em países europeus, segundo os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A guerra já matou mais de 6.400 civis e feriu 9,800.