Internacional
Chefe da Otan elogia Alemanha por entrega de armas à Ucrânia
Em entrevista a jornal alemão, Jens Stoltenberg disse que “forte apoio” da Alemanha faz “diferença crucial”
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, elogiou neste domingo (27/11) o apoio militar fornecido pelo governo alemão à Ucrânia. Em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag, Stoltenberg disse que o “forte apoio” da Alemanha faz uma “diferença crucial”.
Segundo ele, os sistemas de defesa aérea alemães ajudariam a “proteger casas, escolas e hospitais dos mísseis russos”. Stoltenberg também reforçou que é importante manter e fortalecer o apoio à Ucrânia.
De acordo com o chefe da Otan, quanto mais sucessos militares a Ucrânia tiver, mais forte será sua posição nas negociações futuras. “A melhor maneira de apoiar a paz é apoiando a Ucrânia”, destacou.
Stoltenberg também falou na entrevista sobre os desdobramentos da guerra na Ucrânia. Com a proximidade do inverno e a queda das temperaturas no hemisfério norte, Moscou começou abombardear o fornecimento de energia da Ucrânia. Segundo Stoltenberg trata-se de uma estratégia do presidente russo, Vladimir Putin, de usar o inverno como uma arma. “Mas ele não terá sucesso com isso”, frisou.
Geradores e tendas aquecidas
Também preocupado com a proximidade do inverno, Lars Klingbeil, líder do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) – sigla do chanceler federal alemão, Olaf Scholz – apelou por mais ajuda da Alemanha em vista aos ataques intensificados da Rússia ao fornecimento de eletricidade e aquecimento na Ucrânia. Segundo Klingbeil, Putin “está travando uma guerra contra a população civil mais do que nunca”.
“Além do apoio militar, devemos entregar geradores e tendas aquecidas ao país de forma mais rápida e abrangente. Devemos evitar um apagão na Ucrânia”, disse Klingbeil em entrevista ao jornal “Bild am Sonntag”.
O líder do Partido Popular Europeu (PPE), Manfred Weber, também pediu aos Estados-membros da União Europeia (UE) que mostrem mais solidariedade no acolhimento de refugiados ucranianos.
“Se mais ucranianos estão sendo forçados a fugir pelos bombardeios e ataques russos durante o inverno, então a Europa Ocidental terá que assumir mais responsabilidades”, disse ao Bild am Sonntag. Segundo ele, esse “desafio sem precedentes” deve ser “suportado solidariamente por todos os países da UE”.
Atualmente, os refugiados da Ucrânia estão distribuídos de forma bastante desigual na Europa. Há uma semana, o Ministério do Interior alemão contabilizou 1.027.789 ucranianos no país, informou o jornal. Isso é quase nove vezes mais do que na França, por exemplo.
Volta da energia e forte nevasca esperada
Neste domingo, a eletricidade foi restabelecida em quase toda capital, Kiev, quatro dias após um ataque devastador à infraestrutura da cidade. No sábado, o fornecimento de eletricidade havia sido restaurado em Kherson.
Os trabalhos continuam na rede elétrica, porque a alta demanda ainda pode causar cortes localizados. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, que foi criticado pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pela lentidão na restauração dos serviços, disse ao jornal Bild am Sonntag que o trabalho estava progredindo em um “ritmo recorde”.
A notícia da volta de energia veio em um monento em que a capital ucraniana esperava uma forte nevasca, com temperaturas negativas durante a noite.
A onda de ataques russos à infraestrutura energética ucraniana em 23 de novembro causou apagões generalizados em todo o país, deixando milhões de pessoas sem energia e aquecimento.
O fornecimento foi progressivo restabelecido nos últimos dias, mas Zelenski reiterou seu apelo aos cidadãos para que poupem energia. Em 14 regiões do país ainda existem restrições e se o consumo aumentar, o número de apagões também pode crescer.
“Gostaríamos de lembrá-lo de que todo ucraniano cuja casa tenha eletricidade novamente pode ajudar outras pessoas a obter eletricidade usando-a com moderação”, disse a operadora de rede estatal Ukrenergo pelo aplicativo de mensagens Telegram.