Internacional
Otan acusa Putin de usar inverno como “arma de guerra”
Durante reunião na Romênia, secretário-geral da Otan afirma que ataques russos à infraestrutura de energia e aquecimento da Ucrânia mostram que aliança precisa fazer mais para ajudar Kiev
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertou nesta terça-feira (29/11) que a Rússia pretende usar o inverno como uma “arma de guerra”.
Uma feroz campanha de bombardeios de mísseis russos vem afetando drasticamente a infraestrutura de energia da Ucrânia e deixando milhões de pessoas no escuro e sem aquecimento.
Durante a reunião da Otan em Bucareste, na Romênia, Stoltenberg afirmou que “a mensagem de todos nós será que devemos fazer mais” para ajudar a Ucrânia a reparar sua infraestrutura de gás e eletricidade, bem como fornecer defesa aérea para ajudar a Ucrânia a se proteger.
O chefe da Otan disse esperar que a Rússia realize mais ataques à rede elétrica da Ucrânia e alertou que a Europa deveria “estar pronta para mais refugiados”.
“A Rússia, na verdade, está falhando no campo de batalha. Em resposta a isso, agora ataca alvos civis (…) porque não pode ganhar território”, disse Stoltenberg na abertura da reunião da aliança transatlântica.
Ecoando esse sentimento, o secretário de Relações Exteriores britânico, James Cleverly, acusou Putin de atacar a infraestrutura civil e de energia “para tentar congelar os ucranianos em submissão”.
Uma fonte do governo dos Estados Unidos apontou que o governo do presidente Joe Biden reservou US$ 1,1 bilhão para gastos em redes elétricas na Ucrânia e na vizinha Moldávia, que sofre os efeitos da devastação.
A Rússia reconhece ter atacado a infraestrutura ucraniana, mas nega ter procurado deliberadamente ferir civis.
Mais defesa aérea
Os ministros se concentrarão em aumentar a assistência, como sistemas de defesa aérea e munições para a Ucrânia.
Os membros da Otan já enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos – médicos ou de telecomunicações – para a Ucrânia, mas o país pede mais recursos de defesa aérea, tanques e mísseis de longo alcance para repelir as forças russas.
No entanto, há crescente preocupação de que os estoques estratégicos de alguns países da Otan, especialmente de munições, estejam se tornando escassos após os envios para a Ucrânia.
Fontes da Otan insistem que a reunião em Bucareste mostrará a unidade da aliança transatlântica em seu apoio à Ucrânia. No entanto, a aliança não deve avançar com o pedido de adesão da Ucrânia ao bloco.
Stoltenberg insistiu que a “porta está aberta” para novos membros, mas acrescentou que o foco por enquanto é ajudar a Ucrânia contra a ofensiva russa.
Para além da guerra na Ucrânia, os ministros da Otan devem fazer um balanço dos progressos nas adesões da Finlândia e da Suécia, já ratificadas por 28 dos 30 países membros, mas ainda suspensas enquanto se aguarda o sinal verde da Turquia e da Hungria.