Saúde
Carnes à base de plantas são realmente melhores para a saúde que as carnes reais?
As carnes vegetais têm boas vantagens, mas ainda precisam melhorar para serem substitutas totais das carnes animais.
As carnes vegetais têm boas vantagens, mas ainda precisam melhorar para serem substitutas totais das carnes animais.
Embora os produtos de carne à base de plantas sejam geralmente mais saudáveis do que seus equivalentes de carne real, eles podem ser mais ricos em açúcar e muitas vezes carecem de nutrientes importantes encontrados na carne animal.
“As carnes processadas e à base de vegetais se enquadram principalmente na categoria de ultraprocessados, então isso levanta preocupações sobre seu papel em uma dieta saudável,” alerta a professora Maria Shahid, do Instituto George para Saúde Global (Austrália), uma instituição ligada à Universidade de Sydney.
Carnes à base de plantas, também conhecidas como análogos de carne, são projetadas para imitar os produtos naturais e atuar como substitutos da proteína da carne.
Eles são comumente feitos de proteína vegetal à base de plantas (proteína de soja, proteína de trigo, proteína de ervilha e arroz ou uma combinação delas) ou proteína de fungo baseada em fermentação (micoproteína).
A equipe mensurou e comparou o conteúdo de nutrientes e a qualidade nutricional dos análogos de carne à base de plantas e seus produtos de carne equivalentes disponíveis em supermercados australianos. Os produtos eram principalmente hambúrgueres, almôndegas, carne moída, salsichas, bacon, frango revestido, frango simples e carne com massa.
Prós e contras
No geral, os análogos de carne à base de plantas têm um perfil nutricional mais saudável do que os produtos de carne equivalentes e seu conteúdo energético é apenas marginalmente menor.
Embora o teor de proteína fosse semelhante em ambas as categorias, os análogos de carne à base de plantas tinham, em média, significativamente menos gordura saturada e sódio, além de mais fibras do que os produtos à base de carne.
Contudo, dos 132 análogos de carne à base de plantas analisados, apenas 12% eram enriquecidos com micronutrientes essenciais para a saúde encontrados na carne – ferro, vitamina B12 e zinco.
“Para se proteger disso, certifique-se de consumir outras proteínas animais, como ovos, queijo, leite, iogurte e/ou fontes ricas de ferro à base de plantas, incluindo vegetais de folhas escuras, como espinafre e brócolis, bem como tofu, nozes e sementes, feijões e leguminosas,” recomenda a professora Daisy Coyle, membro da equipe.
Como este é um dos primeiros estudos a analisar sistematicamente essa classe emergente de produtos, que ainda não estão largamente presentes em diversos mercados, a equipe recomenda incluir os análogos de carne aos poucos, como parte da alimentação tradicional.