A língua portuguesa é rica e complexa, repleta de nuances que podem confundir até mesmo falantes nativos. Entre as dúvidas mais comuns está o uso adequado dos pronomes demonstrativos “esse” e “este”. Compreender a diferença entre eles e saber quando utilizar cada um corretamente é fundamental para uma comunicação clara e precisa. Nesta matéria, compreenderemos essas diferenças, forneceremos exemplos e dicas, além de sugerir exercícios práticos para solidificar o aprendizado. Vamos lá?
Os pronomes demonstrativos desempenham um papel crucial na língua portuguesa, servindo para indicar a posição de algo ou alguém em relação à pessoa que fala, escreve ou à própria mensagem. “Esse” e “Este”, juntamente com suas variações de gênero e número (essa, esses, estas, este, estes), ajudam a especificar sobre o que ou quem estamos nos referindo, situando-os no tempo, espaço ou discurso.
“Este” é utilizado para fazer referência a algo ou alguém que está próximo do falante, tanto em termos físicos quanto em termos de ideias ou partes de um discurso que serão mencionadas. Por outro lado, “Esse” é empregado para indicar algo ou alguém que está mais afastado do falante, mas não necessariamente próximo ao ouvinte. Também pode ser usado para referir-se a algo mencionado anteriormente no discurso.
A distinção entre eles, portanto, reside na perspectiva do falante em relação ao tempo, espaço ou à estrutura do discurso. Essa diferenciação é sutil, mas crucial para o uso adequado desses pronomes.
Diferenças entre ‘Esse’ e ‘Este’
Embora “Esse” e “Este” pareçam ser usados de maneira intercambiável por alguns falantes, eles carregam diferenças significativas que impactam diretamente na precisão da comunicação. A chave para entender essa distinção está na relação de proximidade ou distância que o falante deseja estabelecer.
“Este” é empregado quando o objeto ou sujeito da conversa está próximo no tempo, no espaço ou no contexto da fala. Isso significa que, se você está segurando um livro e quer falar sobre ele, o correto seria dizer “Este livro é interessante”, pois o livro está próximo a você.
Em contraste, “Esse” é usado para referir-se a algo que já foi mencionado no discurso ou que está mais afastado do falante. Se você falou sobre um livro anteriormente e deseja retomar a referência a ele, diria “Esse livro que mencionei é interessante”, indicando uma distância temporal ou discursiva.
A compreensão dessas nuances é essencial para uma comunicação eficaz, evitando ambiguidades e mal-entendidos que podem surgir de um uso impreciso desses pronomes.
Para utilizar “Esse” corretamente, é importante focar na posição que algo ou alguém ocupa em relação ao tempo, espaço ou contexto do discurso. “Esse” é o pronome ideal quando o objeto de discussão não está fisicamente próximo ao falante ou quando foi mencionado anteriormente, indicando uma certa distância ou deslocamento.
Em situações onde você está contando uma história ou descrevendo eventos passados, “Esse” pode ser usado para referir-se a pessoas, lugares ou objetos mencionados anteriormente. Por exemplo, ao contar sobre um evento, você poderia dizer: “Nesse evento, esse homem que eu já havia mencionado fez um discurso impressionante”. Aqui, “esse” ajuda a reiterar a referência a um sujeito já introduzido na narrativa.
Da mesma forma, em apresentações ou argumentações, “Esse” pode ser empregado para retomar pontos ou ideias discutidas. “Esse ponto que abordei anteriormente é crucial para nosso argumento”. Essa utilização ajuda a manter a coesão e a coerência do discurso, guiando o ouvinte ou leitor pela estrutura do argumento apresentado.
“Este”, por sua vez, requer uma aplicação que enfatize a proximidade ou imediatismo. É o pronome de escolha quando o sujeito da conversa está presente no momento da fala, ou quando introduzimos um novo tópico ou objeto no discurso.
Em um contexto de apresentação de ideias ou objetos, “Este” é utilizado para introduzir elementos que serão imediatamente discutidos ou analisados. “Este conceito que estou prestes a explicar é a base da nossa teoria”. Aqui, “Este” prepara o terreno para a introdução de uma nova ideia, situando-a claramente no presente do discurso.
Além disso, “Este” também é adequado quando se deseja destacar elementos ou aspectos que estão fisicamente próximos ao falante. Se você está em uma exposição de arte e quer comentar sobre uma obra à sua frente, diria: “Este quadro aqui é o meu favorito”. A escolha por “Este” sublinha a proximidade física e a relevância imediata do objeto em questão.
Para ilustrar melhor a diferença entre “Esse” e “Este”, vejamos alguns exemplos práticos de frases:
Nos exemplos, “Este” é usado para indicar algo que está fisicamente próximo ou imediatamente relevante para o discurso, enquanto “Esse” refere-se a algo previamente mencionado ou situado a uma distância temporal ou contextual.
Para evitar confusões entre “Esse” e “Este”, algumas dicas podem ser úteis:
A prática leva à perfeição, e alguns exercícios podem ajudar a fixar o uso correto de “Esse” e “Este”:
Além de “Esse” e “Este”, é importante lembrar que esses pronomes possuem variações femininas e plurais: “Essa” e “Esses” para objetos ou pessoas mais afastadas, e “Esta” e “Estes” para aqueles que estão mais próximos. A regra de proximidade se aplica da mesma forma, ajustando-se ao gênero e número do sujeito em questão.
Dominar o uso correto de “Esse” e “Este” é um passo importante para aprimorar a comunicação em português. A compreensão das sutis diferenças entre esses pronomes demonstrativos permite expressar-se com maior precisão e clareza, evitando mal-entendido e reforçando a coesão textual. Com prática e atenção ao contexto, qualquer falante pode superar essa e outras dúvidas linguísticas, enriquecendo sua capacidade de expressão na língua portuguesa.