Internacional
Parlamento Europeu aprova nova comissão de Von der Leyen
Novo grupo de comissários obtém menor respaldo da história da União Europeia, em meio às críticas pela inclusão de um político ligado à premiê italiana, Giorgia Meloni
O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira (27/11), em Estrasburgo, a nova Comissão Europeia liderada pela presidente Ursula von der Leyen por 370 votos a favor, 282 contra e 36 abstenções, abrindo caminho para que a equipe do Executivo comece a trabalhar no dia 1º de dezembro.
A nova Comissão Europeia obteve apenas 51% dos votos a favor dos 719 eurodeputados que estavam aptos a votar, um resultado pior do que o obtido pela própria Von der Leyen em julho, quando conseguiu 401 votos para sua reeleição como presidente.
Além disso, trata-se do menor respaldo que um grupo de comissários já obteve na história da União Europeia.
A equipe de Von der Leyen recebeu o apoio da bancada dela, o Partido Popular Europeu (PPE), que reúne os conservadores, e de boa parte dos social-democratas e liberais. Também alguns verdes e alguns políticos de extrema direita da bancada da premiê italiana, Giorgia Meloni, disseram que iriam votar a favor.
A votação desta quarta-feira reflete a fragmentação em uma câmara mais inclinada à direita, sem maiorias estáveis e em que todos os grupos que votaram a favor tiveram algumas deserções ou abstenções, como os 22 eurodeputados do conservador Partido Popular (PP) da Espanha ou os 14 do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).
Antes da votação, eurodeputados de centro e da esquerda criticaram a escolha do político italiano de extrema direita Raffaele Fitto, do partido Irmãos da Itália, o mesmo de Meloni.
Como um seis vice-presidentes da nova Comissão, Fitto será o comissário de Coesão e Reformas, responsável pelo financiamento regional e, portanto, gerenciará bilhões em fundos da UE. “Essa é uma decisão que eu tomei”, enfatizou von der Leyen aos membros do Parlamento Europeu.
A eurodeputada portuguesa Marta Temido, do Partido Socialista (PS), disse que aprovar a comissão de Von der Leyen com Fitto foi amargo e, em entrevista à agência de notícias Lusa, afirmou que haveria “cinco anos muito difíceis” pela frente.