Internacional
Com apoio do Acnur, México acolhe e emprega mais de 50 mil refugiados
País é citado como exemplo de integração e solidariedade; pessoas forçadas a fugir encontram oportunidades de trabalho em cidades industriais e apoio para obter cidadania; iniciativa de agência da ONU contribui ainda com escolaridade das crianças e superação da pobreza

Um projeto da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, já contribuiu para dar asilo e trabalho a mais de 50 mil refugiados que chegaram ao sul do México.
Criado em 2016, o Programa de Integração Local conta com a participação ativa de mais de 650 empresas e tem foco na realocação dos migrantes em cidades industriais.
94% dos refugiados conseguem emprego no primeiro mês
A iniciativa vê nas habilidades e experiência desses trabalhadores uma forma de fortalecer a economia mexicana. A contribuição fiscal anual é de US$ 15 milhões.
Segundo o Acnur, o programa foca na estabilização e autossuficiência. Como resultado, 94% dos refugiados em idade ativa conseguem um emprego formal já no primeiro mês, 88% das crianças se matriculam na escola e 60% das famílias saem da pobreza em um ano.
O programa também facilita acesso à nacionalidade mexicana.
Mais de 160 mil requerentes de asilo e refugiados receberam assistência da agência para encontrar trabalho, obter o reconhecimento de seus diplomas, acessar serviços públicos e avançar em seu processo de naturalização.
Exemplo de solidariedade
O representante do Acnur no México, Giovanni Lepri, afirmou que o país se tornou “um exemplo de integração e solidariedade”, onde pessoas forçadas a fugir podem encontrar a estabilidade de que precisam para “recomeçar suas vidas com dignidade”.
Segundo ele, o México tem um “sólido sistema de asilo” e estrutura legal adequada.
Os refugiados contam ter alcançado estabilidade e integração por meio do acesso a empregos formais, saúde, educação e moradia.
Lepri ressalta que com as ferramentas certas, os refugiados têm um “enorme potencial” para se integrar totalmente ao México e contribuir com as comunidades anfitriãs.
Deslocamento continua alto no continente
O deslocamento forçado nas Américas continua alto devido à violência, perseguição, violações dos direitos humanos, insegurança e impacto negativo dos desastres naturais.
De acordo com os dados mais recentes do Acnur, em meados de 2024 havia 20,3 milhões de pessoas deslocadas na região. A maioria se encontra na América Latina e no Caribe.
Nesse contexto, o Programa de Integração Local do México tem sido fundamental para apoiar os refugiados a reconstruir suas vidas.
A iniciativa será ampliada este ano para apoiar os cidadãos mexicanos deportados que, por razões de proteção, não podem retornar com segurança às suas comunidades de origem.
O Acnur pediu aos doadores que continuem investindo em soluções duradouras para os refugiados, permitindo que o México continue sendo um lugar onde as pessoas forçadas a fugir possam encontrar segurança e estabilidade.