Internacional
Policial israelense morre em Jerusalém após violência em Gaza e Cisjordânia
Um policial israelense morreu e um adolescente judeu ficou ferido nesta segunda-feira (13) em Jerusalém Oriental, em dois ataques com faca cometidos por dois adolescentes palestinos, segundo a polícia, após enfrentamentos noturnos em Gaza e na Cisjordânia em que morreu um palestino.
Estes novos ataques ocorrem em pleno temor de uma escalada da violência no conflito palestino-israelense desde o início do ano.
Na tarde de hoje, um policial israelense ficou ferido durante o controle de um ônibus no acesso ao campo de refugiados palestinos de Shuafat, em Jerusalém Oriental, informou a polícia israelense. O agente recebeu uma facada de um adolescente e também foi atingido por uma bala disparada por um civil que tentou atingir o agressor.
O policial, um beduíno de 22 anos, não resistiu aos ferimentos. O adolescente, de 13 anos e oriundo de Shuafat, foi detido. A polícia anunciou que deteve três membros de sua família e que feriu o motorista de um veículo ao atirar durante uma operação no campo de refugiados.
Horas antes, um adolescente judeu de 17 anos ficou levemente ferido após ser esfaqueado por um palestino de 14 anos perto do Muro das Lamentações, na Cidade Antiga de Jerusalém, segundo fontes policiais. O agressor, também originário de Shuafat, foi detido.
O Exército israelense bombardeou durante a noite uma instalação militar do Hamas em Gaza, “em represália” por um foguete disparado no sábado da Faixa de Gaza e que foi destruído pelo Domo de Ferro, escudo de defesa antiaérea israelense.
– ‘Objetivos em Tel Aviv’ –
Segundo o Ministério do Interior do Hamas, movimento islamista palestino no poder em Gaza, os ataques noturnos causaram “graves danos em quatro casas, em um salão de festas e em um posto de gasolina” perto das instalações militares alvo dos mísseis israelenses, no sudoeste da Cidade de Gaza.
Mushir al-Masri, autoridade do Hamas, advertiu que, se houver novos bombardeios israelenses, o braço armado de seu movimento responderá, até mesmo com foguetes que possam atingir “alvos em Tel Aviv e além”, disse à AFP.
A Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de habitantes, está sob bloqueio israelense desde que o Hamas chegou ao poder, em 2007.
Em Nablus, cidade do norte da Cisjordânia ocupada, onde o Exército leva quase um ano realizando o que chama de operações noturnas “antiterroristas” em busca de “suspeitos”, as forças israelenses realizaram uma nova diligência na noite deste domingo. Durante a operação das forças israelenses, um palestino de 21 anos morreu e cinco pessoas foram detidas.
No decorrer deste ano, o conflito israelense-palestino causou 47 mortes palestinas (combatentes e civis); dez, israelenses (nove civis e um policial) e uma ucraniana, segundo um balanço da AFP.
– ‘Punir Israel’ –
Em um gesto que só pode aumentar as tensões, o gabinete de segurança israelense anunciou neste domingo que legalizará nove assentamentos na Cisjordânia ocupada, em reação a uma série de ataques em Jerusalém Oriental, um dos quais causou três mortos na sexta-feira.
Até agora, essas colônias eram ilegais conforme o direito israelense, já que foram estabelecidas sem a autorização do governo. Para a ONU, qualquer iniciativa de colonização judaica na Cisjordânia é ilegal.
O gabinete de segurança também indicou que iria aprovar a construção de novas residências para os colonos na Cisjordânia.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse nesta segunda-feira que estava “profundamente preocupado” com essas duas decisões, e denunciou essas “medidas unilaterais”, que exacerbam as tensões e solapam os esforços “para negociar uma solução de dois Estados”.
“Chegou a hora de o mundo punir Israel por seu desprezo em relação às resoluções das Nações Unidas”, disse nesta segunda-feira o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh.
Desde a guerra árabe-israelense de junho de 1967, Israel ocupa partes do território da Cisjordânia. Atualmente, 475.000 israelenses vivem nesses assentamentos na Cisjordânia (excluindo Jerusalém Oriental), onde vivem 2,8 milhões de palestinos.