Internacional
O que se sabe sobre os objetos voadores abatidos pelos EUA
Em oito dias, autoridades americanas e canadenses derrubaram um balão chinês supostamente usado para espionagem e mais três objetos ainda não identificados, dos quais não se sabe a origem
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou no domingo (12/02) que militares americanos abatessem outro objeto voador não identificado (ovni) que sobrevoava a área do Lago Huron, no estado de Michigan, perto da fronteira com o Canadá. Foi o terceiro ovni abatido em três dias – e o quarto em oito dias, desde que um balão chinês supostamente espião foi derrubado, em 4 de fevereiro.
Autoridades do Pentágono afirmam que essa cadeia de eventos no espaço aéreo americano “não tem precedentes em tempos de paz”.
Militares dos EUA e do Canadá recolhem os destroços dos quatro objetos para análise. “Precisamos saber de onde eles vêm, qual é o propósito e por que sua frequência está aumentando”, disse a deputada Debbie Dingell, do estado de Michigan.
A seguir, confira o que se sabe sobre os quatro objetos abatidos nos céus dos EUA e do Canadá.
Os objetos abatidos
No começo de fevereiro, o Pentágono tornou público que um balão chinês, supostamente usado para espionagem, sobrevoava uma área crítica dos EUA, no estado de Montana. Após flutuar por dias sobre os EUA, ele foi abatido em 4 de fevereiro por um jato F-22 na costa da Carolina do Sul.
A China admitiu ser a dona do balão, mas disse que se travava de um equipamento civil, sobretudo para pesquisas meteorológicas, que se desviou da rota devido a ventos. O incidente causou o cancelamento da viagem do secretário de Estado americano, Antony Blinken, a Pequim e aumentou a tensão com a China. O governo chinês criticou a derrubada do balão, que tinha o tamanho de três ônibus e pesava mais de uma tonelada.
Os EUA recolheram os destroços e disseram que o balão estava equipado com várias antenas e tinha painéis solares grandes o suficiente para alimentar vários sensores de coleta de informações.
Na sexta-feira (10/02), caças dos EUA derrubaram outro objeto, dessa vez no norte do Alasca, alegando que ele estava “dentro do espaço aéreo soberano dos EUA sobre as águas territoriais dos EUA”. Não havia nenhum sistema de propulsão ou controle, disseram as autoridades.
No sábado (11/02), um jato F-22 dos EUA, sob ordens dos governos americano e canadense, derrubou um “objeto aerotransportado de alta altitude” sobre o território central de Yukon, no Canadá, a cerca de 160 quilômetros da fronteira com os EUA, afirmando representar uma ameaça para a aviação civil.
No domingo (12/02), Biden ordenou que aviões militares dos EUA derrubassem um terceiro objeto não identificado sobre o Lago Huron, no estado de Michigan, perto da fronteira com o Canadá.
Como eram os objetos
De acordo com o governo americano, os três objetos abatidos desde sexta-feira (10/02) não se assemelham muito com o balão chinês derrubado na semana anterior e são menores do que ele. No entanto, somente com a recuperação dos destroços será possível dar mais detalhes.
No domingo (12/02), o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse à emissora americana ABC que os objetos abatidos eram balões, embora menores do que o veículo chinês derrubado. Schumer disse que recebeu a informação do conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan. Ele acrescentou que o segundo e o terceiro objetos abatidos voavam a uma altitude de 40 mil pés, ou seja, bem mais baixa do que a do balão, que voava a aproximadamente 60 mil pés.
O objeto abatido no sábado sobre Yukon, no Canadá, foi descrito por autoridades dos EUA como um balão significativamente menor do que o chinês. Já o objeto abatido na sexta teria a forma mais cilíndrica e foi descrito como um tipo de dirigível. Ambos seriam do tamanho de um fusca e acredita-se que ambos tenham uma carga útil, anexada ou suspensa a eles, de acordo com os funcionários que falaram com a agência de notícias Associated Press sob condição de anonimato.
O quarto objeto abatido foi descrito como uma estrutura octogonal com cordas penduradas e não foi considerado uma ameaça militar. No entanto, poderia representar um perigo para a aviação civil, pois voava a cerca de 20 mil pés. Segundo o governo americano, ele não tinha uma “carga útil discernível” e foi abatido por “cautela”.
Até agora, apenas o primeiro objeto foi atribuído a Pequim. Não há informações sobre a origem dos demais três objetos.
São ovnis alienígenas?
Quando se fala em ovnis, automaticamente muitas pessoas fazem relação com extraterrestres. No entanto, ovnis (ou UFOs, na sigla em inglês) são qualquer objeto ou luz visto no céu que não pode ser identificado imediatamente.
O general da Força Aérea dos EUA que supervisiona o espaço aéreo americano disse que, no momento, não descartaria a hipótese de alienígenas, assim como qualquer outra explicação.
“Vou deixar a comunidade de inteligência e a comunidade de contrainteligência descobrirem isso”, disse Glen VanHerck.
No entanto, outro oficial da Defesa dos EUA – que falou sob a condição de anonimato – afirmou que os militares não viram, até agora, nenhuma evidência que sugerisse que os objetos em questão sejam de origem extraterrestre.
Como estão as buscas por destroços
Equipes militares trabalhando em aviões, barcos e minissubmarinos vasculham as águas rasas da Carolina do Sul em busca do primeiro objeto, e imagens mostraram a recuperação de um grande pedaço do balão.
As operações para recuperar o segundo objeto continuam no gelo marinho perto de Deadhorse, no Alasca. No entanto, as condições climáticas do Ártico, incluindo vento frio, neve e luz do dia limitada, atrapalham as buscas.
Equipes de recuperação – apoiadas por uma aeronave de patrulha canadense CP-140 – procuram pelos destroços do terceiro objeto, em Yukon.
O Pentágono disse que o FBI está trabalhando em estreita colaboração com a polícia canadense. Sobre os destroços do quarto objeto, até a publicação deste texto não havia informação.
Ovni na China
Paralelamente, a China disse no domingo (12/02) que se preparava para abater um objeto voador não identificado sobre o seu território, informou o jornal chinês Global Times, controlado pelo Partido Comunista Chinês.
Uma autoridade marítima chinesa disse que o objeto voador foi avistado no domingo próximo à costa da cidade de Rizhao, na província de Shandong, entre Xangai e Pequim.