Saúde
Hospital Clementino Fraga implanta novo processo de alta segura dos pacientes
O Complexo Hospitalar Clementino Fraga começou a implantar, nessa quinta-feira (30), o Processo Alta Segura. Este é mais um passo do projeto Reab Pós-Covid, do Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, que tem o objetivo de aprimorar os processos de tratamentos nos hospitais para reduzir o período de internação que um paciente Covid-19 utiliza o leito de UTI e possibilita a alta segura. O Clementino Fraga é o único hospital representante do Nordeste a participar do projeto nesse ciclo.
A implantação começou na ala Henfil, dedicada a pacientes internados com HIV/AIDS. Devido à queda considerável de internações pela Covid-19, a direção do CHCF decidiu, em conjunto com os representantes do Hospital Sírio-Libanês, aplicar o projeto além das alas direcionadas ao combate ao coronavírus.
O projeto Reab possui três eixos centrais de atuação: apoio à retomada das atividades hospitalares; alta segura e reabilitação dos pacientes crônicos. O objetivo desta etapa é tornar a alta mais eficiente, promovendo maior conexão entre a equipe interdisciplinar, mostrando que todos os profissionais são importantes na construção e execução desse processo, incluindo, além de todas as estruturas organizacionais, auxiliares e técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, psicólogos, farmacêuticos, médicos, e, por fim, a família do paciente.
O Processo de Alta Segura tem ainda o intuito de sintonizar os profissionais, afinar a troca de conhecimento e aprimorar a comunicação entre a equipe interdisciplinar. Para sua implantação são realizados encontros presenciais com os representantes do Hospital Sírio-Libanês a cada 15 dias e proporcionam um contato direto com os profissionais e abordagem adaptada do perfil do local. A discussão do Processo de Alta Segura engloba diversos aspectos, como a análise do perfil dos pacientes e seus locais de destino, os principais impedimentos para alta oportuna, o momento adequado para transferência do paciente, a importância da transição de cuidados entre a equipe multiprofissional, como também a continuidade do cuidado na rede de saúde.
Na visita desta semana foram discutidas algumas ferramentas, como os checklists de alta segura da UTI e da unidade de internação; transição de cuidados da UTI; e alta para casa do paciente. Como possíveis resultados de uma alta segura obtém-se o aumento do giro de leitos, diminuir a incidência de reinternação e uma maior integração entre o hospital e a família do paciente, que já no ato da internação poderá ter uma previsão da alta.
Resultados do projeto Reab – De acordo com Carina Pires, gerente do projeto pelo Sírio-Libanês, o ciclo anterior do projeto Reab Pós-covid-19 alcançou resultados importantes, como aumento de 26% na taxa de independência funcional – índice de barthel; aumento de 120% a taxa de agregação de valor desde a internação na unidade de cuidados prolongados até a alta hospitalar do paciente; adesão de 81% ao protocolo de alta segura; diminuição em 23% do tempo médio de permanência na unidade de cuidados prolongados; e diminuição de 37% no tempo médio de permanência na UTI.
O projeto utiliza a metodologia Lean, a mesma da iniciativa do projeto Lean nas Emergências também executado pelo Sírio-Libanês, o que permite promover a retomada segura das atividades hospitalares eletivas anteriores à pandemia, dependendo da dinâmica da doença nas regiões do Brasil, “além de uma maior organização e otimização dos serviços hospitalares, diminuição de desperdícios, melhoria do giro de leitos e estabelecimento de uma nova linha de cuidado entre os hospitais e a Atenção Primária à Saúde (APS). Estes pontos são fundamentais para fortalecer o cuidado integral do paciente em reabilitação”, concluiu Carina.
O projeto é executado pelo Hospital Sírio-Libanês no âmbito do PROADI-SUS – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, do Ministério da Saúde, criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde.
Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os recursos do PROADI-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil.