Internacional
Novo acordo nuclear com Irã precisa de “mais esforços e paciência”, diz ONU
Subsecretária-geral Rosemary DiCarlo falou a embaixadores do Conselho de Segurança sobre os últimos desdobramentos do Plano de Ação Conjunto e Abrangente, Jcpoa na sigla em inglês, que estabelece regras para o programa nuclear iraniano
Continuam em Viena, capital da Áustria, as negociações da comunidade internacional com o Irã sobre o programa nuclear do país.
O Plano de Ação Conjunto e Abrangente, ou Jcpoa na sigla em inglês, foi assinado, em 2015, pelo Irã com os cinco membros permanentes* do Conselho de Segurança mais Alemanha e União Europeia.Plano de Ação Conjunto e Abrangente foi assinado, em 2015, pelo Irã com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais Alemanha e União Europeia
União Europeia e Alemanha
Mas em 2018, os Estados Unidos se retiraram do acordo sob a liderança do então presidente Donald Trump.
Agências de notícias informam que o Irã exige a suspensão de sanções impostas ao país para avançar com um retorno ao acordo.
Para a subsecretária-geral da ONU de Política e Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, tanto o Irã como os Estados Unidos reafirmaram sua seriedade com o tema para retornar à completa implementação do plano.Instalação nuclear de Busher, no Irã
Pedra angular
DiCarlo lembra que é preciso redobrar os esforços e a paciência neste momento de conversações.
Falando ao Conselho de Segurança na terça-feira, ela contou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, está animado com as promessas iranianas e americanas de cooperação para que esses compromissos possam resultar num acordo aceitável mutuamente.
A subsecretária-geral e ex-embaixadora dos Estados Unidos lembra que o Plano de Ação é reconhecido amplamente como uma pedra angular da não-proliferação nuclear. Para ela, a iniciativa é ainda um exemplo do que o diálogo e a diplomacia podem alcançar.
O Jcpoa foi endossado por uma resolução do Conselho de Segurança, a 2231 e tem como fiador a Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea. Pelo acordo, a agência da ONU teria acesso regular às instalações nucleares do Irã, por meio de seus especialistas e inspetores.
Rosemary DiCarlo ressaltou que não existe outra alternativa viável para a completa implementação do Plano de Ação e da resolução.Teerã, capital do Irã
Troca
A subsecretária-geral pediu aos Estados Unidos que suspendam ou flexibilizem as sanções contra o Irã, como previsto no Plano, e também estendam essas medidas ao comércio de petróleo no país. DiCarlo citou ainda algumas atividades nucleares civis na usina nuclear de Bushehr, no reator Arak e na instalação Fordow.
A suspensão de sanções também deve incluir, segundo a subsecretária-geral, a transferência de urânio enriquecido para o exterior pelo Irã em troca de urânio natural.
A Aiea indicou que a pesquisa e o desenvolvimento da produção de urânio metálico continuam no país, mas a agência não conseguiu verificar alegações de que os estoques de urânio enriquecido excedem os limites permitidos pelo Plano de Ação.
Para a Aiea, as atividades de verificação e acompanhamento estão sendo “seriamente minadas” pelo Irã, que não permite a entrada de inspetores.