Internacional
Os países que mais preocupam o Papa Francisco
Na visão geral do Papa sobre a situação do mundo, certos conflitos são de particular preocupação
Todos os anos, o Papa Francisco faz um discurso de Natal e Ano Novo aos diplomatas dos 183 países com os quais o Vaticano mantém relações diplomáticas.
É uma oportunidade de o Papa dar sua opinião sobre a situação geral do mundo, pois ele está diante daqueles que representam todos os cantos do planeta.
Neste ano, falando dos “conflitos sem fim” que assolam alguns países, o pontífice destacou:
– Síria. Francisco disse que “o renascimento do país ainda não aparece claramente no horizonte”. Além disso, ele explicou que “a imposição de sanções não deve atingir diretamente a vida cotidiana, a fim de proporcionar um vislumbre de esperança à população em geral, cada vez mais presa nas garras da pobreza”;
– Iêmen. Para o pontífice, o país vive “uma tragédia humana que se arrasta há anos, silenciosamente, longe dos holofotes da mídia e com certa indiferença por parte da comunidade internacional”;
– Israel e Palestina. Francisco lembrou que, “no ano passado, nenhum passo adiante foi dado no processo de paz. Eu realmente gostaria de ver esses dois povos reconstruindo a confiança mútua e voltar a falar diretamente um com o outro”.
O Papa Francisco ainda abordou as questões institucionais na Líbia e os episódios de violência e terrorismo internacional na Região do Sahel. Além disso, chamou a atenção para os conflitos internos no Sudão, Sudão do Sul e Etiópia.
O Santo Padre também lembrou a “desigualdade e injustiça, corrupção endêmica e várias formas de pobreza” que alimentam o conflito no continente americano.
Para o Papa, são necessárias “confiança recíproca e prontidão para se envolver em uma discussão calma” na Ucrânia, nos Balcãs e em Mianmar, onde “as ruas, outrora lugares de de encontro, são agora palcos de luta que não poupam nem casas de oração”.
Muitas armas
Francisco explicou que muitos desses conflitos são exacerbados pela grande quantidade armas disponíveis. Disse ele:
“Às vezes, nos iludimos pensando que essas armas servem para dissuadir potenciais agressores. A história e, infelizmente, até os noticiários diários, deixam claro que não é bem assim. Aqueles que possuem armas acabarão por usá-las, pois, como observou São Paulo VI, ‘uma pessoa não pode amar com armas ofensivas em suas mãos’”.
Armas nucleares
O pontífice também abordou a questão das armas nucleares:
“Um mundo livre de armas nucleares é possível e necessário. […]
A Santa Sé continua firmemente a sustentar que no século XXI as armas nucleares são um meio inadequado e inapropriado de responder às ameaças de segurança, e que a posse delas é imoral. Sua produção desvia recursos do desenvolvimento humano integral e seu emprego não só tem consequências humanitárias e ambientais catastróficas, mas também ameaça a própria existência da humanidade.
A Santa Sé também considera importante que a retomada das negociações em Viena sobre o acordo nuclear com o Irã (Plano de Ação Integral Conjunto) alcance resultados positivos, a fim de garantir um mundo mais seguro e fraterno.”