Internacional
Índia inicia campanha gigante de vacinação contra coronavírus
O plano é imunizar até julho quase um quarto dos 1,3 bilhão de habitantes da Índia. Impasse sobre entrega de vacinas ao Brasil continua em aberto
O plano é imunizar até julho quase um quarto dos 1,3 bilhão de habitantes da Índia. Impasse sobre entrega de vacinas ao Brasil continua em aberto
O governo da Índia iniciou neste sábado (16/01) uma campanha gigante de vacinação contra a covid-19. Depois dos Estados Unidos, o país de 1,3 bilhão de habitantes é o mais afetado pela pandemia, com mais de 10 milhões de casos confirmados e 150 mil óbitos. A fim de sustar essa dinâmica, o presidente Narendra Modi anunciou que até julho 300 milhões de cidadãos serão inoculados.
A operação coordenada em todas as regiões indianas representa um desafio logístico sem precedentes: 150 mil assistentes foram especiamente treinados, e em todo o país realizaram-se ensaios em que se praticou tanto o transporte dos imunizantes quando a própria vacinação, com emprego de figurantes e adereços.
Os primeiros a serem imunizados na Índia são 30 milhões de funcionários da saúde e outros setores de risco. Em seguida virão 270 milhões de indivíduos acima dos 50 anos de idade e pacientes de risco.
Até o momento, duas vacinas contra o vírus Sars-Cov-2 estão licenciadas na Índia: a Covishield, desenvolvida pelo conglomerado farmacêutico britânico-sueco Astrazeneca e a Universidade de Oxford, e produzida na Índia pelo Serum Institute; e a Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech. Licenciada em caráter emergencial ainda antes do fim dos testes clínicos, contudo, essa vacina indiana está envolvida em forte polêmica.
Foi adiado o voo que iria do Brasil a Mumbai para trazer 2 milhões de doses da vacina Covishield. Segundo o website Globo.com, a informação foi confirmada pela Azul Linhas Aéreas, responsável pelo voo. Neste sábado a aeronave deverá partir do Recife, levando cilindros de oxigênio para Manaus (AM).
Na quinta-feira, um porta-voz do Ministério do Exterior indiano declarara ao jornal Hindustan Times ser ainda “cedo demais” para o envio dos lotes do imunizante. Indagado se o Brasil teria prioridade, ele indicou que as autoridades ainda não haviam decidido a questão, e que o cronograma para envio de vacinas a países estrangeiros não estava concluído:
“O processo de vacinação está apenas no começo na Índia. É muito cedo para dar uma resposta específica sobre o fornecimento a outros países, porque ainda avaliamos os prazos de produção e de entrega. Isso pode levar tempo”, disse o porta-voz.
O Hindustan Times comentou: “Parece que o Brasil queimou a largada ao anunciar oficialmente o envio de uma aeronave para transportar 2 milhões de doses de vacina.”