Politíca
Saúde e dignidade da mulher: vereadores discutem pobreza menstrual
Marmuthe Cavalcanti (PSL) levanta debate sobre importância de priorizar saúde menstrual de mulheres em situação de vulnerabilidade
Marmuthe Cavalcanti (PSL) levanta debate sobre importância de priorizar saúde menstrual de mulheres em situação de vulnerabilidade
Na Sessão Ordinária desta terça-feira (31), o vereador Marmuthe Cavalcanti (PSL) falou sobre um tema que, segundo ele, “trata de uma tremenda injustiça com as meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade, oriundas de comunidades extremamente humildes e que precisam de apoio”: a pobreza menstrual. O debate foi reacendido no Congresso Nacional com o PL 4968/2019, e, para Marmuthe, se trata não apenas de saúde, mas, também, de dignidade.
Um projeto com o objetivo de promover a saúde e higiene das mulheres assistidas pelo Poder Público foi apresentado pelo parlamentar na Câmara Municipal de João Pessoa e ele pediu que, a exemplo da Câmara Federal, o assunto possa ser priorizado.
Marmuthe Cavalcanti explicou que esse é um trabalho que já deveria ser realizado há muito tempo, posto que não é uma situação nova. E continuou: “Sou testemunha, venho de uma família humilde e tenho exemplos dentro de casa de vários momentos difíceis que mulheres e adolescentes da minha família tiveram. Nós não tínhamos condições de adquirir o produto necessário para que se houvesse uma certa tranquilidade ao poder realizar seus afazeres e, principalmente, ir para a escola”.
Sobre as pessoas que teceram críticas ao projeto, o vereador afirmou que “elas não sentem na pele o que passam as meninas e mulheres de comunidades humildes, que precisam desse apoio”.
Nas palavras de Marmuthe, o projeto, além de promover ações e campanhas educativas para dar o suporte e a assistência necessários para meninas e mulheres de João Pessoa, faz com que a Rede Pública Municipal de João Pessoa possa distribuir gratuitamente e colocar o item como integrante da cesta básica de famílias que vivem em situação de risco e vulnerabilidade social. “É um item tão básico, mas de uma importância fundamental. Assim, se previne uma série de doenças, porque tem meninas que vão para a escola colocando guardanapo, pano, colocando em risco a saúde. E muitas vezes vão sem nada. Isso é uma realidade”.
Ele ainda afirmou que: “Está na hora da gente permitir que de fato o Poder Público possa participar diretamente dessa discussão ofertando o que não é tão caro diante de tantas coisas que já são distribuídas gratuitamente”.
O vereador Carlão Pelo Bem (Patriota) acrescentou que “Em razão do fluxo sanguíneo que as mulheres têm e por não terem recursos, algumas delas passam quase dois meses sem ir à aula”. Ele afirmou que o Poder Público tem que abraçar a causa: “Somos nós que devemos ser essa voz, a voz daqueles que não são escutados”.
Para Tarcísio Jardim (Patriota), o assunto é de extrema importância: “A pandemia escancarou tão nitidamente a falta de políticas para as mulheres e o aumento da violência doméstica, que qualquer coisa que essa Casa possa fazer para minimizar esses danos é muito bem-vindo. Com certeza, a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça, Redação e Legislação Participativa) abraça essas causas. Pode ter certeza de que chegando na nossa mão, não será demorado”.
O Coronel Sobreira (MDB) afirmou que o projeto demonstra uma palavra que, segundo ele, poucas pessoas têm, que é a sensibilidade: “Precisamos ter sensibilidade, empatia, sempre se colocar no lugar do outro”.
“É preciso quebrar esse tabu, é preciso trazer a pauta, e o Poder Público precisa fazer sua parte”, finalizou Marmuthe.