Saúde
Medicamentos comuns alteram como o vírus da gripe nos atinge
Alvos celulares diretos e indiretos de 45 componentes ativos de medicamentos comuns. As influências com o vírus da gripe (FLUAV) estão marcadas com círculos pontilhados vermelhos.
Alvos celulares diretos e indiretos de 45 componentes ativos de medicamentos comuns. As influências com o vírus da gripe (FLUAV) estão marcadas com círculos pontilhados vermelhos.
A chamada interação medicamentosa sempre preocupou os médicos, mas parece que não são só os medicamentos que influenciam uns aos outros.
Experimentos realizados por pesquisadores em universidades na Noruega, Estônia e Finlândia mostraram que medicamentos comumente prescritos para doenças completamente diferentes podem tornar o vírus da gripe mais ou menos ativo.
Os pesquisadores identificaram várias dessas drogas.
Esta é uma informação importante, uma vez que muitos dos pacientes que morrem de gripe são idosos que muitas vezes dependem desses vários medicamentos.
Interação com o vírus
“Nós primeiro identificamos 45 compostos ativos de drogas diferentes. Em seguida, os testamos para ver se influenciavam o vírus influenza A,” conta o professor Denis Kainov, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.
O que ocorre é que esses medicamentos mudam o modo como os vírus reagem com as células.
A equipe descobriu que vários ingredientes ativos podem alterar a forma como o vírus interage com nossas células. Esses ingredientes incluem:
Todos são medicamentos comumente prescritos, usados para doenças comuns.
Piora ou melhora a doença
Os efeitos dos medicamentos sobre a ação do vírus podem piorar as coisas, mas também podem agir a nosso favor.
“Alguns dos medicamentos amplificam o efeito dos vírus nas células, enquanto outros os amortecem. A resposta depende do alvo dos medicamentos em nossas células. Se o alvo do medicamento for importante para a disseminação do vírus, podemos reduzir a atividade do vírus. Mas, se o alvo do medicamento for parte do sistema imunológico que nos protege dos vírus, e o inibirmos com o medicamento, a atividade do vírus pode aumentar,” explicou Kainov.
Mais pesquisas serão necessárias para ver exatamente como cada um dos diferentes medicamentos influencia o desfecho da doença em pacientes reais. “Testes clínicos bem estruturados podem nos dar respostas,” disse Kainov.