ECONOMIA
Ibovespa hoje: Na contramão de Nova York, Bolsa registra queda de 1%
A Bolsa apresentou uma queda de 1,38% ao longo desta semana de transição de mês, revertendo o avanço de 1,04% registrado na semana anterior
A Bolsa apresentou uma queda de 1,38% ao longo desta semana de transição de mês, revertendo o avanço de 1,04% registrado na semana anterior
O Ibovespa fechou em queda de 1,01%, aos 127.182,25 pontos, na contramão dos Estados Unidos, que registrou a avanços de 1,74% (Nasdaq) no encerramento dos negócios. Dow Jones e S&P 500 renovaram suas máximas.
A Bolsa apresentou uma queda de 1,38% ao longo desta semana de transição de mês, revertendo o avanço de 1,04% registrado na semana anterior. Esta semana representa a única de desempenho positivo neste início de 2024. No acumulado do ano, o índice acumula perdas de 5,22%, com uma baixa de 0,45% nas duas primeiras sessões de fevereiro.
Na última sessão da semana, a maioria das principais ações na B3 apresentou quedas, com exceção de poucos nomes como Gerdau e Metalúrgica Gerdau, impulsionadas por uma recomendação elevada de ‘neutra’ para ‘compra’ pelo Goldman Sachs. Entre as maiores quedas, destacam-se Cogna, Casas Bahia e PetroReconcavo. Apenas 15 das 87 ações da carteira teórica conseguiram evitar perdas na sessão.
O desempenho negativo do petróleo e do minério de ferro na sexta-feira teve reflexos diretos nas ações da Petrobras e Vale, contribuindo para a retração de ambas. Algumas ações de bancos também foram impactadas, embora algumas tenham conseguido manter leves altas.
Em um relatório mensal sobre a Bolsa brasileira em janeiro, o head de research da Guide Investimentos, Fernando Siqueira, destaca que a queda no Ibovespa foi amenizada por empresas de peso no índice, como Petrobras, Ultrapar e Banco do Brasil. Ele aponta que empresas menores e cíclicas tiveram quedas mais expressivas, refletindo a piora nas perspectivas de corte de juros globalmente.
O cenário internacional também influenciou o mercado, com o payroll de janeiro nos Estados Unidos gerando ruídos. O economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman, destaca que o relatório não pode ser interpretado como um sinal forte de empregos, impactando as expectativas para uma possível flexibilização monetária em março pelo Federal Reserve.
As probabilidades de manutenção da taxa de juros pelo Federal Reserve em março aumentaram, atingindo 79,5%. Essa perspectiva impacta diretamente as apostas para maio, com a chance de início do alívio continuando como o desfecho provável para a reunião do quinto mês do ano.
O relatório destaca que o fluxo de investidores estrangeiros ficou negativo em janeiro, refletindo a deterioração marginal do cenário. A alta nas taxas de juros de mercado favoreceu empresas de “valor”, como produtores de commodities e bancos, enquanto pressionou as empresas de “crescimento”, como saúde, educação e e-commerce.
Na agenda doméstica, o economista da Pezco Helcio Takeda destaca o crescimento acima do esperado da produção industrial em dezembro, acrescentando viés de alta à projeção de crescimento do PIB do quarto trimestre de 2023.