Internacional
Ex-cartola chinês é condenado à prisão perpétua
Chen Xuyuan, que chefiou a Associação de Futebol da China, entidade máxima do esporte no país, foi sentenciado a passar o resto a vida atrás das grades após ser acusado de corrupção
Chen Xuyuan, que chefiou a Associação de Futebol da China, entidade máxima do esporte no país, foi sentenciado a passar o resto a vida atrás das grades após ser acusado de corrupção
A mídia estatal chinesa informou nesta terça-feira (26/03) que um tribunal da província de Hubei, na região central da China, sentenciou o ex-presidente da Associação Chinesa de Futebol (CFA) Chen Xuyuan à prisão perpétua.
Chefe da entidade – equivalente à CBF no Brasil – entre 2019 e 2023, Chen foi considerado culpado de manipular jogos e de usar o cargo para cometer crimes financeiros.
Segundo a acusação, Chen também aceitou subornos e objetos de valor que somaram mais de 81 milhões de yuans (R$ 56 milhões) entre 2010 e 2023.
A agência de notícias oficial Xinhua informou que todos os bens pessoais de Chen, de 67 anos, foram confiscados e que seus ganhos ilegais seriam enviados ao tesouro público da China.
Segundo o tribunal, Chen “causou enormes danos ao futebol na China”.
Em fevereiro de 2023, uma comissão disciplinar começou a investigar o então presidente da CFA. Chen foi formalmente acusado em setembro passado. Em janeiro, a televisão chinesa transmitiu um documentário no qual Chen supostamente confessou seus crimes.
Outras autoridades esportivas de alto escalão também receberam sentenças de prisão por suspeita de aceitar subornos. Entre eles, o ex-chefe da Associação Nacional de Atletismo, Hong Chen – condenado a 13 anos de prisão –, o ex-funcionário de alto escalão do futebol Chen Yongliang, que pegou 14 anos, e Dong Zheng, ex-CEO da Chinese Football Association Super League Company, que recebeu uma sentença de oito anos.
Ação judiciais envolvendo suspeitas de corrupção também estão em andamento contra Li Tie, um ex-técnico da seleção masculina de futebol do país. No mesmo documentário transmitido em janeiro, Li apareceu admitindo ter pago o equivalente a cerca de 400.000 euros (cerca de R$ 2,15 milhões) em subornos para se manter no cargo de técnico. Ele também disse que ajudou a manipular partidas como técnico de um clube.
Mas as supostas confissões também foram encaradas com ceticismo. Organizações de direitos humanos acusam há anos o governo chinês de forçar supostas confissões de corrupção – às vezes por meio de tortura.
A campanha anticorrupção do presidente Xi Jinping tem atingido o futebol chinês há mais de uma década: em 2012, dois ex-presidentes da CFA, Xie Yalong e Nan Yong, foram condenados a 10 anos e meio de prisão cada um.
Desde 2015, o país também realiza um programa nacional de futebol. Com o incentivo pessoal do presidente Xi Jinping, o país tem ambições de se tornar uma potência do esporte na Ásia.
Mas o caminho ainda parece distante. A única vez que a seleção masculina da China conseguiu se classificar para a Copa do Mundo ocorreu em 2002, quando o Japão e a Coreia do Sul sediaram o torneio. A China não conseguiu passar da fase de grupos e também não marcou pontos.